sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Natal, festa de alegria ou de tristeza?



O Natal pode ser, para alguns, uma festa de amor e de alegria, mas para outros é, com certeza, um período de profunda tristeza, porque sentem na alma, não a “inveja” da felicidade dos outros, mas sim todo o tipo de carências, sejam elas materiais ou de outra espécie. Nesta quadra, a dor é ainda maior, apesar de muitos voluntários, genuína e abnegadamente, partilharem com eles todo um conjunto de bens ou de solidariedade, minorando-lhes as suas carências, mas esta não deixa de ser uma época em que a dor reaparece. Por esta altura, multiplicam-se as acções de “bem fazer” aos pobres e aos “sem abrigo”, mas, interrogo-me, que sociedade é esta que “trata tão bem” os deserdados da sorte, pelo Natal, mas o abandona no resto do ano e das suas vidas, permitindo a sua “existência”, sob a capa das liberdades individuais? Agora, envolvidos por esta crise que os “senhores donos do mundo” provocaram e cujas consequências ainda não se conhecem na sua extensão, como será o Natal de muita mais gente, incluindo-se e como se usa agora apelidar, os novos pobres?

Confesso que, nestas duas décadas e pouco mais de vida, foram poucos os Natais em que senti verdadeira alegria, por uma ou outra razão, mas acima de tudo por me fazer lembrar tanta dor e sofrimento que existe no mundo. Sinto, normalmente, uma grande tristeza nesta quadra, mas voltaria a sentir muita alegria se todos nós fizéssemos um Natal em cada dia e não apenas uma vez por ano e que nesta quadra déssemos um contributo, pequeno que seja, para que a vida neste Mundo, que vai desde o nosso lar até ao mais recôndito lugar da terra, seja bem melhor. Se nada fizermos, o Natal morrerá, porque o amor que o alimenta corre o risco de se perder, tal o egoísmo de uns e o desencanto de outros. Por enquanto, o Natal é ainda alegria para uns, mas também tristeza para (muitos) outros. Mas, a final, o que celebramos em cada Natal, se (já) muitos de nós não somos cristãos? Ou celebramos uma nova religião que se chama “consumismo”? Esta, garantidamente, tornar-nos-à mais egoístas e insensíveis aos problemas humanos, porque a (in) satisfação pelos bens materiais pode levar-nos a um beco sem saída, perdidos que sejam outros valores da humanidade. “Já agora, valeria a pena pensarmos nisto”.

Ate amanha por Chaves

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